Destaques

18 de outubro de 2014

Ethus: Coleção Mermaid Lindsay Woods

Há um tempinho atrás descobri a loja Ethus e o que me chamou a atenção foi a marca ser uma fast fashion direcionada ao público jovem e que oferece produtos diferenciados dentro de tendências não muito exploradas mas que tem o seu nicho de público. E tem uma meta interessante, que é oferecer peças a preços acessíveis (tem peça lá por R$29,90) além de ser fabricação própria e trabalhar com pronta entrega.


Eu entrei no site e fui dar uma olhada no lookbooks já feitos pela marca e gostei da pegada alternativa que existe desde a primeira coleção. Não é comum encontrar uma marca fast fashion alternativa ainda mais aqui, no Brasil, por isso é uma boa ideia apresentá-la aqui, pros leitores. A loja acabou de lançar uma coleção inspirada em Sereias com a Scene Queen e Barbie Humana brasileira Lindsay Woods. As cores são referência ao fundo do mar, mas a modelagem tem forte influência da moda da década de 90 nos cropped tops, tons neon, pastel e leggings por exemplo.  

Lookbook estrelado por Lindsay Woods


Nestas fotos notamos a forte influência noventista na modelagem dos cropped tops, na estampa holográfica brilhosa e no penteado com cabelos divididos ao meio e presos no alto enroladinhos. Do tema "Sereias" temos além da cor do cabelo e da maquiagem, tons de azul, verde e um leve brilho prateado. Interessante que até o background das fotos lembra imagens da década de 90.

 

Estampas florais também foram moda nos anos 90 mas aqui elas se revelam num design bem mais atual e claro, o que dizer das leggings, moletons e esportividade também super comuns na época?

 
 
 Brilho em tons neon e holográficos...

 Ethus Barbie Humana

A marca também tem uma linha masculina, separei umas peças:


Vale a pena fazer uma visita ao site e conhecer outras peças da marca, incluindo as coleções mais antigas. Muito bom saber que estamos tendo cada vez mais opção de roupas com referências alternativas no mercado nacional!

Alt Trend: Baby Doll Dress / Tee Dress

Que os anos 90 estão aí, relidos até não poder mais a gente já sabe. Mas eu ainda estou estupefata em como estão usando esta década como referência - às vezes até literal - muito mais do que outras épocas.
Embora o grunge, o kinderwhore, a estética Wednesday Addams (filme foi ao ar em 1991), as jelly sandals, a estética clubber (neon e holografia e brilho) também estejam por aí, também há um estilo mais punk/rock da época que ainda não foi explorado.

Como eu sou velha vivi a década de 1990 inteira, eu lembro de muita coisa e usei muita coisa que está em voga hoje. Uma das coisas que lembro de ter usado eram vestidos de malha que ficavam soltinhos no corpo, eles tinham cintura alta e logo caiam numa sainha franzida. Eu não sabia o nome deste vestido porque na época eram simplesmente "vestidos", mas hoje eu os encaixo tanto como Tee Dress - "vestido camiseta" porque a parte de cima deles pareciam uma camiseta (com manga ou regata) ou baby doll dress - nome que se dá à vestidos soltos como camisolas. Como a informalidade foi de praxe nos anos 90, estes vestidos eram popularmente em malha, mas haviam versões em outros tecidos também.

Eu tenho visto muito destes vestidos em lojas alternativas - mas ainda não os vi em lojas mainstream. Esta seleção de seis modelos ilustram bem a ideia de a parte de cima lembrar uma regata e a altura da saia ficar na cintura. Nos anos 90 eles eram de uma cor só ou somente a parte de cima com alguma estampa (o meu tinha listras marinho em cima e a saia era cinza). Neste revival da trend, a estampa tanto se localiza em cima quanto embaixo.
Fonte: Sourpuss

Aqui o modelo na cor preta, ainda em malha,cintura definida mas variando no tecido e no tipo de saia. Achei legal o terceiro, com estampa dos Sex Pistols. Destaque para o último modelo com jeitão meio envelhecido.


Estas são as peças que pra mim, se destacam por ter uma característica mais atual. Dos anos 90 permanece o formato de "vestido camiseta" (modelagem), mas as saias e principalmente o top tem estampas alternativas mais elaboradas e a saia recebe uma camada extra em um tecido transparente.

Fonte: Vestido 1Vestido 2

Foi difícil encontrar imagens deste vestido há 20 anos atrás pra ilustrar o post, mas depois de muuuuuuita pesquisa consegui encontrar este desfile da Chanel do começo da década de 1990! Legal pra comparar. Nos anos 90 as cores eram mais básicas e pastel, na moda alternativa atual, o uso de cores básicas não é obrigatório e foi investido em estampas mais vibrantes e irreverentes.


Desfile Chanel com Tee Dress, começo da década de 1990

Esses modelinhos são super adequados ao nosso calor da primavera/verão. Será que veremos eles por aqui ainda nesta temporada?
E vocês, usariam estes vestidinhos? 



* Artigo original do Moda de Subculturas. Se quiserem usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos, achamos gentil linkar o artigo do blog como respeito ao nosso trabalho. Tentamos trazer o máximo de informações inéditas em português para os leitores até a presente data da publicação.Todas as montagens de imagens foram feitas por nós.
Fotos: Loja Sourpuss e tumblr.

14 de outubro de 2014

Cabelos Coloridos: Cacheados e Afros

Voltamos aos cabelos coloridos, porém o tema agora é focado nos cabelos cacheados e afros por serem os tipos mais comuns entre as brasileiras, mas não encontrados com muita frequência por aí, ao menos em matérias da grande mídia. Se alguém achava que ter fios coloridos só é possível ou legal em quem tem cabelo liso, recolhemos três depoimentos de meninas que provam que não é bem assim não. É saber adequar ao seu estilo e gosto. Você pode ter a cor que quiser na sua cabeça, basta seguir os procedimentos e cuidados que o tipo de fio necessita. Então vamos lá!

Magá Moura é relações públicas, cool hunter, especialista em marketing de moda e blogueira. Ela usa tranças desde 2007 e passou a usar a cor rosa quando viu Rihanna com uma peruca da mesma tonalidade. Com seu estilo irreverente - que a gente ama! - essa linda cabeleira parou Londres na semana de moda, saindo em diversas mídias de street style ao redor do mundo. O exemplo da Magá nesse post é específico, pois ela usa um método sem descoloração e que não agride o fio. Interessante que além das tranças, muitas estrangeiras usam perucas como opção de mudança capilar, algumas por não quererem descolorir os fios, motivos de trabalho, etc. Ou seja, há sempre uma adaptação para algo que você curte, basta ter criatividade e se jogar!

 

Você curte alguma subcultura (punk, grunge...)? Se sim, alguma delas lhe inspira na estética?
Sobre subculturas, me identifico com a do Hip Hop, no fator musical, artístico e de estilo. Pode dizer que minhas tranças sofreram influência dessa subcultura sim.

As brasileiras têm cabelos mais enrolados do que liso, mas nem todas as mulheres assumem os fios naturais. Você sentiu alguma vez vontade de alisá-los para poder fazer cortes e penteados diferentes ou isso nunca te impediu?
Nunca senti vontade de alisar o cabelo, não acho que isso seja necessário para fazer coisas diferentes, é até mais fácil inovar no crespo do que no liso. Este "vício" em alisar das brasileiras não me representa [risos].

Você usa trança e não dreads. Como é o procedimento para deixá-lo colorido e de quanto em quanto tempo você muda?
Utilizo jumbo, uma fibra de cabelo artificial, para dar cor e o comprimento que quero. Compro em lojas especializadas, há diversas opções de cores, estou na fase rosa. A cabeleireira utiliza junto ao meu e as tranças duram até três meses, mas troco no máximo em dois.

Que tipos de cuidados você precisa ter com as tranças?
As tranças são super fáceis de manter. Meus cuidados são lavá-las bem apenas com shampoo anticaspa, já que o couro fica aparente e tem uma descamação muito maior, também utilizo um produto da Bed Head chamado After-Party que deixam elas mais macias e cheirosas.

Por último, ter tranças coloridas já atrapalhou no emprego? 
Nunca perguntei se podia usar ou não, quando trabalhava já chegava do meu jeito! [risos] ...Ninguém nunca reclamou!


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A Marcela tem 27 anos, é blogueira e trabalha como autônoma, inclusive sendo fotógrafa e fazendo sessões com modelos alternativas. Ao longo de sua vida, mudou várias vezes o cabelo, usando diversas cores sem o menor receio de ousar.


Quando surgiu a vontade de pintar o cabelo de colorido? Teve influência de algo, algum movimento, pessoa? 
Foi em 2004, quando eu ainda estava no segundo colegial. Uma amiga tinha o cabelo vermelho e me sugeriu pintar também. Logo de cara quis pintar de azul, mas por falta de profissionais que trabalhavam com cabelo afro (e conhecimento próprio sobre produtos compatíveis pois meu cabelo tinha relaxamento), acabei desistindo. Daí pintei pela primeira vez em 2008, com Violeta Genciana. Foi fácil pois pesquisei antes e meu cabelo naturalmente é um castanho médio avermelhado. Acredito que a influência mais forte, foi por conta do movimento Grunge.

Você mesma tinge ou frequenta algum profissional?
Eu mesma tinjo pelo fato de não confiar muito no trabalho de alguns profissionais. Muitos não possuem o cuidado de usar um bom produto, fazer teste da mecha e por vezes ultrapassam o tempo de aplicação. E por falta de conhecimento acabam por estragar o cabelo. Cabelo afro é complicado pois possuem vários tipos de estruturas (3C,4 A,4B e 4C) e nem todo cabelo segue a mesma rotina de tratamento.
Eu sei os produtos que uso, o que meu cabelo gosta e como devo proceder para ter o resultado desejado, já que uso química desde muito nova. Não recomendo, mas por conta de anos tendo à mão uma gama limitada de produtos para cabelos afros no mercado, adquiri o costume de cuidar em casa ou naquela cabeleireira de confiança quando a mesma tem conhecimento (algo raro). Hoje em dia no mercado há mais disponibilidade e variedade cosmética, mas nada substituí, na minha opinião, receitas passadas de geração para geração, com coisas que possuímos na nossa dispensa ou jardim.

As brasileiras têm cabelos mais enrolados do que liso, mas é difícil encontrar meninas como você, que usou/usa cachos coloridos. Você sentiu alguma vez vontade de alisar o cabelo para poder fazer cortes e penteados diferentes ou isso nunca te impediu?
Eu usava cabelo relaxado (para soltar os fios) e sinceramente não gostava, mas usar intervenção química para alisar não. Mesmo com relaxamento mantinha apenas a franja lisa pois sempre gostei de franja, e o resto com uma forma indefinida que eu achava interessante, por vezes alisava com a chapinha, mas nada tão regular. Em 2011, usei o cabelo "liso", pois abandonei a química e pranchava para facilitar na hora que eu queria deixar frisado... eu, sinceramente, no pouco tempo que fiz isso, me sentia mais limitada do que com meu cabelo naturalmente crespo. Cabelo liso é bonito, mas gosto do meu rebelde e armado, algo que alisando eu não teria.

Cabelos cacheados ou afros ressecam com mais facilidade. Que tipo de cuidados são necessários fazer antes e depois de uma descoloração, procedimento que danifica muito o fio? 
Cada cabelo é uma sentença, mas geralmente eu umectava com babosa ou óleo de amêndoas. Uso máscaras reconstrutoras a base de queratina. Isso duas vezes por semana, uso shampoo sem sal e com Ph baixo. Nunca descolori o cabelo de uma só vez, sempre o fiz gradativamente até conseguir o tom que eu queria, com pausas longas, pois a amônia muda a estrutura dos fios. Usando produtos de boa qualidade para descolorir e quando recorria ao retoque, apenas descoloria a raiz quando a mesma já estava bem evidente (uns quatro dedos para mais), não descoloria o comprimento. Quando queria mudar de cor, esperava a cor atual desbotar consideravelmente.
Uma coisa que tenho o hábito de fazer desde muito novinha é passar óleo de amêndoas doce (aquele que vende em farmácia) nas pontas, e nunca pentear o cabelo seco. Fazer hidratação com abacate também é muito bom (não é agradável, mas o cabelo fica ótimo!), usar óleo de mamona ou de semente de uva auxiliam bastante na hidratação, receitas que minha mãe passou pra mim já que ela morava em um povoado no interior da Bahia, e lá os recursos eram escassos na juventude dela.

Por último, ter fios coloridos já atrapalhou no emprego? 
A primeira vez que pintei em 2008, foi usando Violeta Genciana e eu trabalhava em comércio (e nem era loja de roupas). Antes de colorir, perguntei ao meu chefe se poderia. Ele liberou, mas que a cor fosse escura e fui lá e pintei. Na cidade que nasci, pessoas com cabelos coloridos não são aceitas em empregos convencionais, mas dias desses vi em uma loja de departamentos um rapaz de cabelo rosa, uma exceção. 


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A Julia Queiroz é uma carioca de cabelo cacheado, tem 30 anos e uma profissão não muito comum para alternativos: é harpista. Essa singularidade dela é ótima, pois torna-se um exemplo de como manter-se fiel ao seu estilo, mesmo tendo a necessidade de se adaptar nas horas do emprego. A sua paixão por pintar fios é tão forte que possui uma loja online, a Pin You Up, onde revende uma variedade de produtos, como tinturas Directions, meias-calças (inclusive tamanhos plus size), artigos de papelaria e acessórios. Tudo isso pode ser conferido também no face da marca, que entrega para todo o país.


Quando surgiu a vontade de pintar o cabelo de colorido? Teve influência de algo, algum movimento, subcultura, pessoa? 
Influência de desenho animado, talvez. Meu sonho de infância era ter o cabelo vermelho da Ariel, partir do vermelho fantasia pra outras cores é um passo. Mas a primeira lembrança de uma pessoa com cabelo colorido que eu tenho é a Rita Lee.

Você mesma pinta ou frequenta algum profissional? 
Os dois, depende só de quanto tempo eu tenho disponível. Fazer em casa dá um pouco mais de trabalho e leva mais tempo, mas enquanto o descolorante e a tinta agem dá pra adiantar afazeres, então quando eu estou mais tranquila de compromissos faço com uma profissional, mas quando estou na correria acabo fazendo sozinha mesmo.

As brasileiras têm cabelos mais enrolados do que liso, mas é difícil encontrar meninas como você, que tem cachos coloridos. Sentiu alguma vez vontade de alisar o cabelo para poder fazer cortes e penteados diferentes ou isso nunca te impediu?
Ainda tenho vontade na verdade, mas só de pensar no trabalho que dá ficar fazendo escova e chapinha eu acabo desistindo, além de não conseguir ficar mais de um dia sem lavar. Sou dessas pessoas que quanto menos trabalho, melhor.

Cabelos cacheados ressecam com mais facilidade. Que tipo de cuidados são necessários fazer antes e depois de uma descoloração, procedimento que danifica muito o fio? 
Por ser cacheado acaba dando um pouco mais de trabalho, mas o segredo é investir em bons produtos, tanto antes quanto depois da descoloração. Descolorante, tinta e cremes (e óleos) de qualidade são o melhor investimento, e hoje em dia a maioria deles são de ação rápida, então dá pra fazer qualquer passo do Cronograma Capilar no banho. E leave in sempre. Cabelo cacheado fica um fuá sem um leave in com ativador de cachos.

Por último, ter fios coloridos já atrapalhou no emprego? 
Sim. Eu tenho uma peruca castanha que uso quando toco em casamentos, recepções, eventos sociais em geral. Eu sempre ofereço as duas opções pra depois a pessoa não dizer: "ah, eu não sabia do colorido".

Esperamos que tenham curtido as entrevistas! Agradecemos a Julia, Marcela e Magá por terem concedido parte do tempo delas e dividirem com a gente suas dicas. Obrigada, meninas!

E você, tem cabelo cacheado ou afro colorido? Deixe seu depoimento nos comentários!

11 de outubro de 2014

Pergunta aos leitores: Comportamento

Desde o começo do blog, tenho uma tag que se chama "comportamento". Nesta tag, costumo expor algumas reflexões pessoais e mudanças comportamentais do mercado alternativo e das subculturas.

Meu primeiro post pessoal foi "Não sou mais tão estranha", de dezembro 2009 (para ler basta acessar a data no arquivo lateral). Mas meses depois, fui bombardeada de comentários positivos e até agressivos sobre meus post "Decepção na Galeria do Rock" (abril/2010). Lembro que na época esse post foi parar em uma comunidade do orkut e tive até que fazer uma resposta a ele, tamanha a comoção fora do blog. 

Talvez um dos posts mais famosos seja o "Adultos e a Moda Alternativa: Manter ou Abandonar o Estilo". Porém, o nosso mais recente post sobre comportamento, sobre um assunto seríssimo, chamado "Uma reflexão sobre a moda fast fashion" (set/2014) não foi tão comentado. Eu sinceramente achava que alternativos gostavam de questionar essa coisa do consumo, mas só uma leitora se interessou em desenvolver mais o assunto.

No post de aniversário do blog eu disse que haverão algumas leves mudanças por aqui e uma pergunta que quero fazer à vocês neste momento é: 
vocês se interessam pela volta de postagens relativas à reflexão e opiniões das autoras?

Nós duas temos muitos assuntos pessoais que gostaríamos de trazer à tona pois vemos poucos locais falando sobre, alguns inclusive relativos à cultura alternativa. Só que não sabemos se é de interesse de maioria esse tipo de postagem.

Se nós vamos separar um tempo pra escrever esses artigos (vulgo deixar de lado os posts de moda alt. momentâneamente) pra dissertar um pensamento, uma opinião, uma reflexão, gostaríamos de que realmente houvessem participações, debates, questionamentos, comentários vindos dos leitores. ;-)



9 de outubro de 2014

Aniversário: 5 anos de blog!


Hoje o Mds completa 5 anos!!
Pois é, o blog faz aniversário no mês do Halloween!



Um pouco da história...
O blog nasceu de uma comunidade no Orkut criada em 2006, chamada Subculturas e Estilo. Em 2009, senti que queria falar sobre o assunto pra quem estava fora da rede social e pensei que um blog era a maneira mais fácil e rápida de fazer isso. Eu tinha tanto material comigo que seria egoísmo manter tudo guardado.
Aí veio a questão do nome... eu cheguei em "Moda de Subculturas". Nunca tinha visto ou lido esta frase na web na época. Colocar a palavra "Moda" associada com subculturas foi algo ousado, porque alternativos tem pavor à palavra "moda". Pensei que haveria quem hostilizasse esse espaço, mas eu estava segura sobre o que ia abordar aqui, e teria que defender meu ponto de vista. E bom, digite "moda de subculturas" no google hoje e verá muitos lugares usando essa associação de palavras que há cinco anos nem se via... então, acho que fiz a escolha certa!

Assim, o Moda de Subculturas acabou sendo um blog pioneiro que influenciou outros blogs nacionais . 
Por que pioneiro? Porque falava de moda alternativa subcultural de forma séria e aprofundada, da relação das subculturas com a moda histórica e principalmente porque mostrava desfiles e editoriais de moda mainstream com influência dark e alternativa (esse era o principal diferencial do blog). Na época, na cena, havia hostilidade quanto à mistura desses dois mundos. Pra esse tipo de postagem, criei o nome de "Dark Glamour", que abrangia também, inspirações de moda - alternativa ou não - com uma abordagem mais adulta e sofisticada.
Sentia a necessidade de falar sobre a estética das subculturas de forma informativa mostrando que isso era assunto sério! Só que tudo foi muito orgânico, não foi friamente pensado, rolou espontaneamente de acordo com as ideias e temas que eu queria abordar. Mal sabia eu que esse era justamente um nicho que faltava por aqui. 

fundo do baú: banner do começo do blog


O meu envolvimento com Moda Alternativa
Eu soube muito cedo que eu era uma outsider. Nunca me encaixei. Encaixar num pensamento, num rótulo, numa subcultura... eu queria fazer parte de todas! Tão ricas, intrigantes, com um lado fascinante e eu queria mostrar e falar delas aqui, livremente e sem preconceitos.
Comecei a estudá-las de forma despretensiosa em 2004, quando li livros estrangeiros que me mostraram que lá fora, a moda e o estilo das mesmas eram levados muito à sério! Eu estava na faculdade e, naquela época, meninas alternativas estudando Moda era muito, mas muuuito raro. "Moda" era uma palavra mal vista na cena alternativa... dizer que aquele era o curso que você fazia, te colocava num patamar duvidoso entre seus amigos do meio, que associavam a palavra com futilidade e com "trair o movimento".
Mas eu não via a Moda da mesma forma que a maioria dos alternativos via por causa da minha vivência: criança, eu brincava de fazer roupas com retalhos; com 13 anos (meados da década de 90) comecei a colecionar recortes de revistas com roupas pretas e roupas conceituais, foi assim que conheci nomes de estilistas. Nesta mesma época, entrei definitivamente na cena rock/metal. Eu queria usar aquele tipo de roupa, daí aprendi a costurar e a fazer as minhas próprias, já que não encontrava peças como eu queria nas lojas da minha cidade. Então, minha visão de Moda sempre foi de auto expressão, liberdade e não de futilidade, que é o pensamento geral do mainstream e suas roupas descartáveis.

Fui adolescente na época do Heroin Chic, onde desfilavam muitas roupas pretas. 
A primeira peça que costurei pra mim foi uma saia xadrez, de inspiração punk, em voga na época, mas que eu não encontrava pra comprar.


Influências e referências.
Com o tempo, outros blogs alternativos também passaram a apresentar desfiles mainstream e editoriais de moda. Os textos daqui, podem não ser todos de temas inéditos, mas é bem comum após nossas publicações, outros blogs lançarem posts semelhantes no tema e conteúdo. Até uma grande loja mainstream carioca andou dando uma "sugada" de um material daqui, assim como um blog americano. Tem muita gente usando nossos posts em trabalhos acadêmicos. E isso é coisa séria! 
Entendo tudo isso como um alcance da influência e pioneirismo do blog em abordar assuntos sempre tentando enxergar adiante e trazer novidades ou velhos assuntos com nova roupagem - aliás, nosso enorme desafio: tentar falar de um tema batido soando o menos repetitivo possível
Preciso acreditar que as pessoas saibam dar o devido reconhecimento à quem exerce trabalho intelectual, cria e dá o passo à frente na diferenciação e não apenas reproduz o que já existe. Quem ousa sair do padrão.
A maioria dos nossos posts leva uma semana ou até meses para serem finalizados. A pesquisa é intensa, dedicada. Por trás de uma leitura de minutos, necessitaram dias de estudo e uma escrita com as melhores informações possíveis. Não temos frequência de atualização porque inspiração não vem com hora marcada. Não é preciso encher esse espaço de assuntos vazios. Isso já existe de monte. Pra quê poluir mais a web? 


Crescimento:
O MdS pode parecer pequeno perto dos tubarões do mainstream, de blogs de look do dia e de maquiagem, mas é imenso dentro de seu propósito. O crescimento do MdS foi orgânico, natural. E acho que merecemos respeito por isso. Quem hoje, nessa guerra maluca por seguidores, cresce naturalmente - sem comprar likes, sem aparecer na mídia, sem spammear por aí - e com uma boa base de fãs? 


A colaboradora
E o blog cresceu tanto que  não consegui mais dar conta sozinha. Há pouco mais de 1 ano a Lauren é colaboradora do blog. Ela tinha um dos únicos blogs brasileiros que em 2009, eu achava realmente interessantes. Depois de muitas conversas, não apenas a empatia, mas o feeling, o mesmo amor por moda alternativa e principalmente o mesmo amor por pesquisa, comunicação, questionamentos e pioneirismo, havia na Lauren. Até que ela entrou de vez no blog pra enriquecer ainda mais o conteúdo! 



Eu pretendo ter mais colaboradores ao longo do caminho, existem pessoas que admiro muito na cena brasileira e adoraria ter aqui comigo, assim como quero descobrir novas pessoas. Unir quem tem o mesmo pensamento é fundamental na cena alternativa.



O desenvolvimento do Mercado Alternativo
Em 2013 após longo tempo em reflexão, dilema e o "medo de me vender ao sistema", eu decidi colocar banners de lojas no blog. Escolhi ter como parceiras lojas alternativas e/ou de background alternativo, porque acho justo com o conceito do blog. Foi uma escolha difícil pra caramba num mundo que incentiva o consumismo, looks prontos e vicia o olho do leitor ao desejo de consumo de um produto mainstream que às vezes nem é do estilo dele.

Trabalhar com lojas alternativas como anunciantes é realmente apostar num nicho! Quem dá hoje ouvidos ao nicho neste país? Quem? Nós, com certeza! Dar um pouco mais de visibilidade às marcas pequenas e ter orgulho das lojas grandes que dão um grande voto de confiança ao nosso trabalho é uma sensação ótima!  Nós somos mídia, nós nos comunicamos, temos leitores.
Por isso, quero agradecer às lojas alternativas que nos divulgam compartilhando nosso conteúdo e patrocinam postagens e dizer pra elas que este blog sempre estará de portas abertas. Eu acredito que cada uma é única e aprecio o desejo das lojas de fazerem parte da história do blog. Tenho tremenda admiração por quem luta pra se manter nesse mercado tão difícil no país. 

Desfilando no MdS!!


Mudanças
Quando comecei o blog, meu foco eram as subculturas, mas com o desenvolvimento do mercado alternativo, aqui e no exterior, aos poucos o foco foi mudando e se tornando mais abrangente. Hoje, falamos muito mais de moda alternativa num conceito geral do que das subculturas isoladamente, então esse foco mais amplo se manterá. Também falamos bem menos de desfiles e editoriais mainstream, porque queremos ser referência em Moda e Cultura Alternativa.
Nos próximos meses, outras pequenas mudanças serão feitas no blog. Teremos um questionário fixo no menu com perguntas que visam traçar um perfil do leitor e do consumidor brasileiro de moda alternativa.
Também mudaremos levemente o layout e daremos mais opção de banners e postagem patrocinadas para as lojas na parte comercial. Queremos que o mercado se desenvolva, evolua. Mais opções na parte comercial não significa abrir parcerias com marcas que destoem do nosso universo e que vamos só focar nisso, não! Continuaremos com muita força com textos dedicados inteiramente à cultura de moda alternativa.

Queremos dar espaço desde àquela mini loja que nasceu ontem e que apresenta produtos realmente autorais, até aquela supermarca já estruturada e com boa base de fãs. Porque acreditamos que o universo alternativo deve ser unido, compartilhado. Não acreditamos em separação, divisão, elitismo, bairrismo. Cada loja que apresentamos aqui precisa ter seu diferencial, sua personalidade, independente do tamanho. Agradecemos muito a confiança em nosso espaço e o desejo de aparecer pros nossos leitores. Acredito que as lojas querem estar associadas à nossa imagem de pioneirismo e ao nosso conceito e que compreendam que por sermos nicho, não somos gigantes no tamanho e sim, na influência.

Como muitos blogs, tivemos erros e acertos ao longo do caminho, e não sabemos se vamos acertar até tentar, não é mesmo?

Mostre seus produtos no blog!

Finalizando:
Temos que acabar ou ao menos diminuir um pouco o pensamento vira lata de que apenas blogues alternativos internacionais são bons e merecem reconhecimento e divulgação. Vamos olhar mais pra quem se esforça (muito) no Brasil pra oferecer conteúdo intelectual num país super restritivo de informação. Numa era onde tudo é focado em imagem e superficialidade, queremos oferecer conhecimento, cultura de moda. Já perceberam a limitação de informações sérias sobre subculturas e moda alternativa que temos no país? Percebem o quanto estudamos, lemos e contatamos fontes confiáveis fora daqui para oferecer o melhor conteúdo possível em português?
Nós estamos inseridas na realidade brasileira e espero que um dia este espaço seja devidamente reconhecido pelo mercado nacional, já que levamos à sério tudo que fazemos. 


Agradecimentos:
Queremos agradecer profundamente aos leitores fiéis que doam o tempo de suas vidas para ler nossos longos artigos. E aqueles que lindamente citam o blog quando usam posts como referência: nosso muito obrigada a vocês! E também agradecer aos que sugam sem dar crédito, porque eles são a prova de que fazemos diferença aqui. Porque quem não faz barulho, não faz história. E nós adoramos fazer barulho!


O que nos move é a paixão por moda e cultura alternativa. Um bom trabalho não precisa necessariamente seguir o fluxo. Há formas de continuar sendo a ovelha negra e oferecer algo diferenciado! Nós gostamos de, muito além do consumo, oferecer cultura de moda, pesquisa, questionamentos e nosso olhar sobre alguns temas. Como alternativos, temos um visão de mundo e de sociedade, à nosso modo.


Até a próxima!

Nossos Links:




Pedimos paciência aos leitores porque somos duas, temos nossos afazeres pessoais e nem sempre conseguimos atualizar ao mesmo tempo todas as redes sociais, mas o blog, nosso Facebook e o bloglovin sempre se mantém os mais atualizados possíveis!


modadesubculturas@gmail.com

7 de outubro de 2014

As ligações estéticas de Pulp Fiction, O Profissional e Geração Maldita

Três filmes que muito alternativo venera estão completando num curto espaço de tempo 20 anos! São eles: Pulp Fiction, O Profissional e Geração Maldita. O que mais impressiona é o quanto possuem fortes ligações estéticas entre as personagens principais. Assim, a gente aproveita a data para fazer uma análise dessas misturas.


Sendo o foco nas protagonistas, vamos falar de Mia Wallace, Mathilda e Amy Blue, interpretadas respectivamente por Uma Thurman, Natalie Portman e Rose McGowan. Elas possuem um reflexo bem evidente da década em que foram feitas as filmagens. Adivinha qual era? Anos 90! Sim, o próprio. Fora o estilo grunge, o auge do período eram as roupas minimalistas, com predominância de cores neutras, pouquíssimas estampas e quando se tinha, no máximo listras, floral, xadrez. Se prestarem atenção no figurino, vão reparar que ele era básico, com peças que a moda curte definir como "clássicas". Vestidos em linha A, short jeans, jaquetas e roupas de alfaiataria.

A clássica camisa branca de Mia Wallace:

O visual de Mathilda também flerta com o Grunge:

O minimalismo alternativo de Amy Blue:

Casacos usados pelas personagens. De início, Mathilda usa um cardigã de crochê branco, mas quando começa a por em prática seu plano de vingança, troca por um modelo militar:

Também são pinçados modismos da época, como as gargantilhas, ou chockers, sendo uma tira de veludo ou uma tira de nylon com pingente. Mas a maior interação mesmo entre ambas é o cabelo! O corte Bob usado pelas estrelas, nasceu nos anos 20 e foi eternizado por grandes nomes da época. Além dos fios, era acrescentado olhos pretos e lábios avermelhados formando assim o visual Vamp, utilizados por Mia Wallace e Amy Blue. Mas como a estética de períodos tão distintos se uniram? Porque a década de 90 teve o seu olhar nos anos 60 e esta última, referências dos 20.

Gargantilhas com pingente. Mathilda e sua versão de veludo que está super em alta! 
Um grande acerto da figurinista Magali Guidasci:

O famoso corte "Bob" das protagonistas:

O papel de Maria de Medeiros em Pulp Fiction, também usa corte parecido, que lembra os da década de 1960:

Make vamp e unhas vermelhas de Mia e Amy. Seria mera coincidência? Talvez não. Pulp Fiction teve enorme repercussão na época, conseguindo alavancar até a carreira dos atores, a exemplo de John Travolta que andava esquecido. Portanto, é provável sim a influência.

Um dos quartos ambientados por Geração Maldita possui decoração Optical Art, movimento criado nos anos 60:

O que pontuava a diferença delas era o assunto abordado em cada longa, que ainda assim, não se distanciavam muito. Mia Wallace é esposa de um chefão mafioso que num erro, tem uma overdose inesperada e por pouco fatal. Mathilda, uma menina de onze anos que viu sua família sendo morta, é acolhida por uma matador profissional onde passa a alimentar o desejo de vingança aos assassinos de seus parentes. E Amy Blue, que foge de situações extremamente bizarras depois que ela, seu namorado e um rapaz que conhecem, se envolvem numa confusão quando matam o dono de um estabelecimento.

No caso de Mia Wallace, o figurino tinha como referência o visual dos mafiosos italianos. Como revelou a figurinista Betsy Heimann em entrevista à Elle, "Mia Wallace é uma versão feminina de Cães de Aluguel (filme anterior de Quentin Tarantino)". Já Mathilda, refletia uma menina pobre pré-adolescente com gosto por acessórios irreverentes. Das três, era a que mais usava cor e misturava estilos. Amy Blue se interligava as subculturas, com um forte pé no grunge, provavelmente por ser uma jovem cansada do mundo. Ela também tinha uma queda por peças excêntricas, como os óculos brancos de gatinho e um isqueiro de caveira. Podemos dizer que Mia era um reflexo dos anos 90 mais chique, a la Calvin Klein, enquanto Mathilda e Amy tinham a vibe alternativa/underground. 

O visual minimalista de Mia Wallace:

O mix de irreverência noventista de Mathilda:

E o Grunge de Amy Blue. Reparem que tanto ela como Mathilda, usam bota e meia:

Os óculos e o bafônico isqueiro de caveira:

Ou seja, o que unia todas essas personagens era a influência da época em que se passavam as filmagens, assuntos abordados que se entrelaçavam aos mesmos universos (sexo, drogas, violência), classificação de gênero (drama, policial, trash) e mulheres que não temiam ir além, com falas sarcásticas (Mia e Amy) ou que estava na transição ao perder a força sua inocência (Mathilda).

O lado sarcástico de Mia Wallace: "Quando você puder calar a p***a da boca por um minuto e compartilhar um silêncio confortavelmente".

Amy Blue tinha uma postura mais dark, suas citações eram provocativas e aborrecidas, um reflexo da juventude noventista e desiludida com a vida: "O mundo é um saco", "Eu acho que às vezes essa cidade está sugando minha alma".

1920, 1960, 1990: Décadas de feminismo e modas interligadas.
Uma coisa interessante é que na década de 90 aconteceu a terceira onda do feminismo. Não à toa, as mulheres da época no cinema e na música tinham uma certa ousadia e atrevimento como nos filmes citados na postagem.
Mas o que pouca gente sabe é que a moda noventista é releitura de 1960 e esta, releitura da moda de 1920, todas, décadas em que as mulheres romperam com padrões vigentes. Todo mundo já ouviu falar da revolução sexual de 1960, da segunda onda do feminismo e da criação da mini saia. Nos anos 1920, existiam as melindrosas, jovens sexualmente liberais que usavam saias curtas, cabelos na altura das orelhas e eram independentes. Além disso, usavam uma maquiagem "pesada", vamp: olhos e boca em tons escuros.

Comparação do corte "bob" nas três décadas:

A semelhança dos vestidos nas décadas: Em 1920 surgiram as regatas, a cintura era baixa e as saias na altura dos joelhos. Em 1960, as mangas regatas voltam e dependendo do ano, a cintura era baixa ou logo abaixo do busto, a bainha ia do joelho à super curta mini-saia. E finalmente na década de 1990, vemos mangas regatas novamente e cinturas abaixo do busto ou um pouco acima da cintura, as bainhas eram curtas.


A foto de uma de nossas Divas 90s, Gwen Stefani, liga a moda dos anos 1990 (vinil, gargantilha de spikes) diretamente com um vestido de corte anos 1920 (regata, cintura baixa com pregas), mas com mini saia (referência anos 60). Repare na semelhança do corte do vestido da década de 1920 com o de Stefani.


Na Moda Mainstream:
A década de 1990 foi minimalista, sem excessos, peças clássicas, básicas... mas nessa fase, as subculturas ganharam um certo poder e notoriedade dentro da moda mainstream, seja através do grunge, do kinderwhore e do movimento Riot Grrrl. Os estilistas, é claro, queriam aproveitar essa onda de rebeldia juvenil e "vender" essa imagem à seu público. 

Abaixo, desfile D&G de 1995, observe como as peças são simples (baby look, saias) mas os looks carregam referências subculturais com acessórios em vinil, cabelos coloridos, marias chiquinhas e maquiagem de olho e batom escuro que se associam com ao kinderwhore.


Aqui, temos o desfile de Betsey Johnson de 1996. Betsey é uma estilista de background punk e que desfila no mainstream. Digamos que ela faz uma moda alternativa um pouco mais cara, mas ainda assim, acessível. A referência punk no desfile a seguir é muito forte, nos faz associar com a estética e principalmente com a atitude de Amy Blue. Essa mesma estética acabou se tornando bem comum entre as meninas que curtiam rock em 1990.


Impressionante como tudo na moda se interliga e como ela consegue traduzir o comportamento de uma época específica. 

Qual desses filmes é o seu favorito?



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* Artigo original do Moda de Subculturas. Se quiserem usar trechos do texto como referência em seus sites ou trabalhos, achamos gentil linkar o artigo do blog como respeito ao nosso trabalho. Tentamos trazer o máximo de informações inéditas em português para os leitores até a presente data da publicação.
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